Querida Solidão,
Segue aqui parte de meu lamento inoportuno
Na verdade fragmentos do dever diurno
E da madrugada contemplada pela sua vinda
Mas, sem pesar por ser tão preterida
Desde que em meu verso se compôs
Foi dedicada e assim nunca se opôs
E ainda me reclamava as noites sem favor
Das que o sono perpetuava em meu torpor
Quiçá, saber que tinha em seus planos me entregar
Pra sua amiga ausência que está sempre a julgar
Pois se me abandonas, já não tenho mais por onde ser
Que de uma solidão ingrata, me custo a escrever
Só que nesta ausência enxergo muita dor
Sempre de um canto do quarto que jaz sem flor
Pois a noite agora sem ti, me és pura traição
De uma velha amiga, que sempre diz não
Sabe meus traços e conheces minhas quedas
Veio contemplar e anuncia serestas
Deixou-me aqui e junto de mim não quer mais voltar
E como faço para as tuas cicatrizes arrancar?
E tenho me perguntado, porque esses dias sem ti são tão puros e inalterados...
São dias inacabados, e as noites sempre selam o que resta de ausência dentro de mim
São dias sim, dias de noite e um monte de dias afim.
Parecidos com as suas curvas e com o frenesi que da sua boca emanava, mas que nunca chegam a ti
É difícil reconhecer quando o sofrimento causado pela solidão ultrapassa o esconderijo da ausência e se esconde no único lugar que deveria estar cheio...
Quando essa dor invade a razão, não se tem mais por que do sim e nem do não!
Quiçá de Solidão!
TihH Shallow Life