Adágio do Silêncio
Data 31/05/2015 16:50:51 | Tópico: Poemas -> Ilusão
| Adágio do Silêncio Se, um dia, alguém te disser Que este amor é eterno Deves logo desdizer Que não foi mais que inferno. Diz que nunca houve amor, Não dormimos em alcova, Jamais trocámos suor ou vimos luas, cheia e nova. Foste, nos meus olhos e alma, Um adágio silencioso, Um abjecto belicoso, sem ternura, paz ou calma. Foste o leito podre de água, De coração estagnado, O vazio, o erro, a mágoa, O nada deste pecado.
Não serás jamais viola Que tange nas cordas, vibrante, Sussurros e gritos de amante - Apenas ais por esmola. Este adágio não existe, Nem sequer é nasciturno, Pobre acto taciturno, Sangue sujo que esvaíste. No silêncio do adágio, Tentei amar-te, por plágio, Mas em pranto irrompi, Perante tal monstro, fugi… Lisboa, 31/05/2015
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