OURO D'ALUVIÃO

Data 02/06/2015 14:18:11 | Tópico: Sonetos

OURO D’ALUVIÃO

Ando à cata de versos na faisqueira
E meu mundéu inundo de vocábulos.
Se áurea a palavra, em êxtase, retábulos
Dourarão o altar com luz verdadeira.

Desliza -- onde ravina a cordilheira --
O desaterro cujos veios, qual pábulos,
São drenados para estes vãos estábulos
De pedras na faina garimpeira.

Tomo a pena e, ademais, meus apetrechos
A crer pepitas por entre esses trechos,
Enquanto rio e poema meandram curvas.

Difícil precisar, tal o tesouro
Ao batear ideias pelas águas turvas
Basta escorrer: se vir brilhar é ouro!

Betim – 11 11 2005



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=293870