Sonetos : 

OURO D'ALUVIÃO

 
Tags:  SONETOS 2005  
 
OURO D’ALUVIÃO

Ando à cata de versos na faisqueira
E meu mundéu inundo de vocábulos.
Se áurea a palavra, em êxtase, retábulos
Dourarão o altar com luz verdadeira.

Desliza -- onde ravina a cordilheira --
O desaterro cujos veios, qual pábulos,
São drenados para estes vãos estábulos
De pedras na faina garimpeira.

Tomo a pena e, ademais, meus apetrechos
A crer pepitas por entre esses trechos,
Enquanto rio e poema meandram curvas.

Difícil precisar, tal o tesouro
Ao batear ideias pelas águas turvas
Basta escorrer: se vir brilhar é ouro!

Betim – 11 11 2005


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
Autor
 
Texto
Data
Leituras
843
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
4
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 02/06/2015 21:44  Atualizado: 02/06/2015 21:44
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16075
 Re: OURO D'ALUVIÃO
Muito bom poema onde a metalinguagem predomina. Gostei muito da comparação, da garimpagem aurífera com a busca do vocábulo, do poema cristalino, como queria tanto aquele ouvires das letras Olavo Bilac. Mas o que mais me chamou a atenção foi o vocábulo "faisqueira" que vi pela primeira vez ontem, lendo um livro chamado "Marília de Dirceu", um romance de Stael Gontijo, que é o local onde se encontra a "faísca" de ouro. Muito Bacana, parabéns e um forte abraço!