VIRULENTO

Data 10/08/2015 16:39:37 | Tópico: Sonetos

VIRULENTO

Não foi uma nem duas vezes que ele,
-- Um outro amargurado já sem sorte --
Sentiu o sanguíneo hálito da morte,
Que friamente lhe roça a nua pele.

Pois, muito embora a sua fronte gele
E, cada vez mais rápido e mais forte,
O coração tão-só a dor reporte...
Vocifera-se angústias a este e aquele!

Ele espera, talvez em vão, a Hora.
Observa-se que tudo quanto adora
Leva consigo n’uma mágoa imensa.

Eis o pior d’entre os homens: O ofendido!
Sim, aquele que quando agredido
Ensimesma-se sob a dor da ofensa.

Betim - 05 08 2014


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