
Tarde
Data 03/07/2015 15:45:21 | Tópico: Poemas
| Fabricar sonhos alheios. Nascer entre cobertas. Amanhecer sem floreios. Ser apenas meras facetas. E os minutos de outono? E as décadas de inverno?
O sol cravado na garganta. Vermelho, imenso, exausto. Ossos sob a velha manta, galáxias domando o corpo. E já não espero regalias. Não faço sala às visitas. Inflamado eu aguardo o lampejo inesperado.
Não quero mais horas. Logo tudo esquecerei. Calado, anoitecerei. Oito marchas fúnebres velando sob as unhas. Oito luas de febres contando as alcunhas.
Quando lembrar de mim, já serei tarde demais. E quando for nosso fim, rasgarei o arco-iris preso entre os galhos. Estarei em pratos rasos servindo-te mil beijos.
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