“ EU ABRO MADRUGADAS ”

Data 15/02/2008 04:48:13 | Tópico: Sonetos

Por mim não se abra o dia.
Morra o astro em agonia.
Porque eu abro madrugadas
Entre fado e guitarradas.

Por mim não construam estradas.
Não vou a lado nenhum.
Entre fado e guitarradas
Morrem dias, um a um.

Porque morto já eu sou.
Mataram-me, e inda aqui estou
Noite após noite, em veladas.

E quando se fecha a noite
Fecho a minha porta ao dia
E apago-me, em alforria.


(Por Ana C. / SOB_VERSIVA)

*VIDE "A HORA DO ENCONTRO DOS NÁUFRAGOS" , um conto futurista, Orwelliano ou Kafkiano, se assim o acharem, que contextualiza os contornos deste personagem que " Abre Madrugadas" !
Cumprimentos!


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=29618