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 TRIBUTO AO NORDESTE BRASILEIROData 13/07/2015 01:53:53 | Tópico: Poemas
 
 |  | I 
 Vou retratar meu Nordeste querido,
 por de mais enaltecido, trovadores,
 poetas e escritores são lutadores
 de versos rimados, tão preferido,
 metrificado. De Lampião ferido
 pela volante a Gonzagão festeiro,
 não faltam rimas nem duelo tropeiro,
 viajarei por este torrão varonil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 II
 
 Começo pelo Maranhão florido,
 terra do babaçu e seus quebradores,
 homens e mulheres, ágeis lavradores
 dos alagadiços de arroz; do alarido
 das marrecas na vazante; tórrido
 entardecer, anoitecer corriqueiro,
 torrão de Gonçalves Dias, brasileiro
 ilustre, poeta da gema, homem juvenil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 III
 
 Chego ao Piauí: terra quente, sofrido
 povo, possui muitos admiradores,
 gente brava, felizes lutadores;
 tem: bode espichado, cajuína, aquecido
 no tacho o doce de caju, aparecido
 na fama, Torquato Neto, arqueiro
 da poesia. Minha Teresina, ordeiro
 lugar, cidade verde, cara infantil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 IV
 
 No Ceará, temos o mar colorido,
 ora azul, ora reluzente, verdes mares,
 trilha dos holandeses invasores.
 A seca feroz torna dolorido
 o existir, mas a fé, alimento são, fornido,
 garantido pelo Santo Padroeiro
 não deixa fraquejar. Canta o violeiro
 Iracema, de José de Alencar, tão gentil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 V
 
 No Rio Grande do Norte o enxerido
 das dunas garante a alegria, tratores
 de pés, encantados, são os bastidores
 sadios do lugar. Cajueiro comprido,
 tido como o maior do mundo. Movido
 pela velocidade existe a barreira
 do inferno. Natal, tom hospitaleiro
 de cidade, sol o ano inteiro. Abril.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 VI
 
 A secura: assola, castiga; árido
 terreno, desembarco com motores
 ligados, estou na Paraíba, amores
 picantes, Campina Grande, corrido
 São João, o maior do mundo, garantido
 por quem já foi. Extremo derradeiro
 do Brasil, Ponta Seixas, verdadeiro
 oriente. João Pessoa, bela e servil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 VII
 
 Frevo; Maracatu; ritmo querido,
 bonecos gigantes de Olinda, atores
 do imaginário popular, retratores
 fieis da cultura. Ufa! Esbaforido,
 pouso em Pernambuco, povo aguerrido,
 sotaque avechado, tiro certeiro
 na arte, Mestre Vitalino, primeiro
 no ofício de esculturar o barro. Gênio.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 VIII
 
 “Ligerim” cruzo a fronteira, nutrido
 de exuberância, fartura e bons valores,
 peço estada nas Alagoas, há rumores
 de rica história, mulher e marido
 ariscos, praias belíssimas, provido
 de munição, cangaço justiceiro,
 terra dos Marechais; Maceió, terreiro
 de progresso, cana de Açúcar; fértil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 IX
 
 Escorregando de “mansim”, aturdido
 e feliz estou em Sergipe, dores
 da alma clamam aos desenvolvedores
 do progresso, encontro óleo perdido
 na rica costa, fato percebido
 por seu povo; petróleo; marinheiro
 disputado, cobiçado, é dinheiro
 só. Praia do Saco: linda vista, sutil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 X
 
 Quase sem adjetivos, escondido
 na minha alma busco nos trovadores
 as rimas do fim, pros historiadores
 tudo começou lá; Bahia: ouvido
 gigante da música, axé vivido
 por muitos; artistas, fé, barqueiro,
 povo feliz. Salvador: tabuleiro
 de níveis. Pelourinho: mor mercantil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 XI
 
 Viajei milhares de km, tão corrido,
 falei de um povo; grandes sonhadores,
 imaginário fértil, desbravadores
 da aridez, lídimos guerreiros; fundido
 no mais nobre metal, rijo, surgido
 da força inexpugnável da crença, obreiro
 gigante; isso é o Nordeste, verdadeiro
 embrião desta nação, torrão varonil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 
 XII
 
 Cinco são as regiões. Constituído
 pelos portugueses, descobridores
 magníficos, grandes mantenedores
 deste chão. Quem imagina dividido
 esta Pátria, talvez vive perdido,
 ausente de saber, débil, goleiro
 da ignorância, cultiva o desespero.
 Lutemos então pela união do Brasil.
 Nordeste brasileiro: berço viril,
 celeiro de luz, terra do vaqueiro.
 FIZ ESTE MARTELO AGALOPADO EM HOMENAGEM AO MEU NORDESTE.
 
 
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