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TRIBUTO AO NORDESTE BRASILEIRO

 
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I

Vou retratar meu Nordeste querido,
por de mais enaltecido, trovadores,
poetas e escritores são lutadores
de versos rimados, tão preferido,
metrificado. De Lampião ferido
pela volante a Gonzagão festeiro,
não faltam rimas nem duelo tropeiro,
viajarei por este torrão varonil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

II

Começo pelo Maranhão florido,
terra do babaçu e seus quebradores,
homens e mulheres, ágeis lavradores
dos alagadiços de arroz; do alarido
das marrecas na vazante; tórrido
entardecer, anoitecer corriqueiro,
torrão de Gonçalves Dias, brasileiro
ilustre, poeta da gema, homem juvenil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

III

Chego ao Piauí: terra quente, sofrido
povo, possui muitos admiradores,
gente brava, felizes lutadores;
tem: bode espichado, cajuína, aquecido
no tacho o doce de caju, aparecido
na fama, Torquato Neto, arqueiro
da poesia. Minha Teresina, ordeiro
lugar, cidade verde, cara infantil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

IV

No Ceará, temos o mar colorido,
ora azul, ora reluzente, verdes mares,
trilha dos holandeses invasores.
A seca feroz torna dolorido
o existir, mas a fé, alimento são, fornido,
garantido pelo Santo Padroeiro
não deixa fraquejar. Canta o violeiro
Iracema, de José de Alencar, tão gentil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

V

No Rio Grande do Norte o enxerido
das dunas garante a alegria, tratores
de pés, encantados, são os bastidores
sadios do lugar. Cajueiro comprido,
tido como o maior do mundo. Movido
pela velocidade existe a barreira
do inferno. Natal, tom hospitaleiro
de cidade, sol o ano inteiro. Abril.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

VI

A secura: assola, castiga; árido
terreno, desembarco com motores
ligados, estou na Paraíba, amores
picantes, Campina Grande, corrido
São João, o maior do mundo, garantido
por quem já foi. Extremo derradeiro
do Brasil, Ponta Seixas, verdadeiro
oriente. João Pessoa, bela e servil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

VII

Frevo; Maracatu; ritmo querido,
bonecos gigantes de Olinda, atores
do imaginário popular, retratores
fieis da cultura. Ufa! Esbaforido,
pouso em Pernambuco, povo aguerrido,
sotaque avechado, tiro certeiro
na arte, Mestre Vitalino, primeiro
no ofício de esculturar o barro. Gênio.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

VIII

“Ligerim” cruzo a fronteira, nutrido
de exuberância, fartura e bons valores,
peço estada nas Alagoas, há rumores
de rica história, mulher e marido
ariscos, praias belíssimas, provido
de munição, cangaço justiceiro,
terra dos Marechais; Maceió, terreiro
de progresso, cana de Açúcar; fértil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

IX

Escorregando de “mansim”, aturdido
e feliz estou em Sergipe, dores
da alma clamam aos desenvolvedores
do progresso, encontro óleo perdido
na rica costa, fato percebido
por seu povo; petróleo; marinheiro
disputado, cobiçado, é dinheiro
só. Praia do Saco: linda vista, sutil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

X

Quase sem adjetivos, escondido
na minha alma busco nos trovadores
as rimas do fim, pros historiadores
tudo começou lá; Bahia: ouvido
gigante da música, axé vivido
por muitos; artistas, fé, barqueiro,
povo feliz. Salvador: tabuleiro
de níveis. Pelourinho: mor mercantil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

XI

Viajei milhares de km, tão corrido,
falei de um povo; grandes sonhadores,
imaginário fértil, desbravadores
da aridez, lídimos guerreiros; fundido
no mais nobre metal, rijo, surgido
da força inexpugnável da crença, obreiro
gigante; isso é o Nordeste, verdadeiro
embrião desta nação, torrão varonil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

XII

Cinco são as regiões. Constituído
pelos portugueses, descobridores
magníficos, grandes mantenedores
deste chão. Quem imagina dividido
esta Pátria, talvez vive perdido,
ausente de saber, débil, goleiro
da ignorância, cultiva o desespero.
Lutemos então pela união do Brasil.
Nordeste brasileiro: berço viril,
celeiro de luz, terra do vaqueiro.

FIZ ESTE MARTELO AGALOPADO EM HOMENAGEM AO MEU NORDESTE.
 
Autor
CHAGASFERREIRA
 
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