Dedos Em Ristes

Data 13/07/2015 14:46:34 | Tópico: Poemas

Não me importa se fecha a porta
Ou se vai deixar para outro aberta
Se a canção já nasce velha e torta
E serve feito uma servente de alerta.

A mão que fura é a mesma que corta
O minuto que vem, vem na hora certa
Pois a hora que chega, já chega morta
O cinto que sinto cada vez mais me aperta.

Portanto somos pirilampos caídos e tristes
Após noite de orgias na calada da floresta
A esperar, desesperados, por um desfecho.

Nada mais. Apenas a eternidade nos resta
Após um mergulho, com os dedos em ristes,
Num rio frio, ou num beco. ( O soneto fecho).




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=296253