Poemas : 

Dedos Em Ristes

 
Não me importa se fecha a porta
Ou se vai deixar para outro aberta
Se a canção já nasce velha e torta
E serve feito uma servente de alerta.

A mão que fura é a mesma que corta
O minuto que vem, vem na hora certa
Pois a hora que chega, já chega morta
O cinto que sinto cada vez mais me aperta.

Portanto somos pirilampos caídos e tristes
Após noite de orgias na calada da floresta
A esperar, desesperados, por um desfecho.

Nada mais. Apenas a eternidade nos resta
Após um mergulho, com os dedos em ristes,
Num rio frio, ou num beco. ( O soneto fecho).



Gyl Ferrys

 
Autor
Gyl
Autor
 
Texto
Data
Leituras
571
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
20 pontos
8
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/07/2015 15:02  Atualizado: 13/07/2015 15:02
 Re: Dedos Em Ristes
Sensacional!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/07/2015 15:39  Atualizado: 13/07/2015 15:39
 Re: Dedos Em Ristes
Gostei do soneto! gosto desse jogo de
palavras. Parabéns


Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 13/07/2015 19:19  Atualizado: 13/07/2015 19:19
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: Dedos Em Ristes
Que soneto forte hein, poeta!!

O amor, como tudo na vida de relação de uns com os outros, só se multiplica quando é dado. Se não for assim, nada mais importa, mesmo, porque o que era pra ser vida, nasceu morto.

Como sempre, um primor no conteúdo e nas rimas. Te admiro a maestria com as palavras.

Beijinhos!!


Enviado por Tópico
atizviegas68
Publicado: 14/07/2015 07:03  Atualizado: 14/07/2015 07:03
Usuário desde: 09/08/2014
Localidade: Açores
Mensagens: 1523
 Re: Dedos Em Ristes
soneto bravo, bravíssimo ...forte poderoso.

Belo! Belo!
Parabéns