No desapego da morte viscosa

Data 06/08/2015 08:32:39 | Tópico: Poemas


Tu, morte impiedosa, traiçoeira, teimosa
Se à porta bateres, alguém tem de finar-se
Por mais milhões que desbastar
No desapego das tuas ventosas pegajosas.

Tu, morte gulosa, decisiva, imparcial
Não excluis nenhuma classe social
Nem faixa etária,
A todos, levas deste mundo parcial.

Se tu fosses como o bater da chuva
Na porta de N’ha Matilde,
Desviar-te-ia do mundo das crianças

Pra que vida amadureça sem curvas
Nos lares humildes,
Cercados pelas tuas teias de matança.

Adelino Gomes-nhaca



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