
Mundo desigual (AjAraujo)
Data 06/09/2015 20:19:28 | Tópico: Poemas -> Sociais
|  De nossos ancestrais indígenas Portugueses, espanhóis e africanos Dos sem teto aos retirantes da seca, Dos favelados, aos sem terra
Mas, o que resta fazer por nossa gente? - Se tiver que contar com político, nem tente! -
O que nos resta fazer Senão mostrar seu valor, lutar por que lhe foi subtraído e que lhe é de direito?
Serão apenas números? Como a personagem de Jean Valjean – Victor Hugo, Os Miseráveis -, São anônimos, esquecidos,
Que são frios, indiferentes e muitas vezes manipulados, Que são somente lembrados nas eleições como votos. Que flutuam ante a interesses insensíveis e elitistas, egoísta Marca de grande parcela da sociedade de consumo capitalista,
Que reproduz um modus vivendi individualista, narcisista Que por “natureza” é utilitarista, excludente, desigual e desumana.
Ah, onde está o coração do homem? Com certeza segue o pêndulo Do ritmo das arritmias, e assimetrias humanas
Bate em algum lugar no peito, rubro coberto de vergonha? Ou vestido pelo pericárdio manto da indiferença para muitos?
E, para outros clamando, em um chamado vital, Como apelo pela justiça, solidariedade, E combate às iniquidades de nosso tempo...
AjAraujo, poema inserido em um microconto que escrevi na década de 90: Conto de Inverno.
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