
Soneto do cenobita diletante na busca em probos vultos
Data 29/09/2015 13:26:45 | Tópico: Sonetos
| “ — “Se o céu” — tornei — “meus votos escutando, Deferisse, da vida o lume agora Ainda aos olhos vos raiara brando; “Que a doce imagem vossa inda memora Saudosa a mente e o paternal desvelo Com que me heis ensinado de hora em hora”
A Divina Comédia - Inferno - canto XV
Oh! Visão encantadora deslumbro, nesse voo a partir do alto, na tarde cálida, com a Mabe guiando maviosa caleche de noz; em mim poderia chicotear tormento tão-grave, o sobressalto, estaria d’outra forma tributando a Cérbero, guardião feroz.
Encontraria el' alma sofredora suportando tão pesado fardo, insatisfeita qu’está por ser obrigada a permanecer na terra. Almejando alçar os céus acima das nuvens, em anseios ardo, inobstante preço de prematura morte que a senda encerra.
O que abrolhei ao longo de combalida existência expectante, estacado n’ orbe, meditativo ao extremo, às raias da caquexia jamais fui amado por um pai e isso tatuou denso a existência.
Em probos-vultos procuro qual no mosteiro, cenobita diletante, apenas um laivo, reflexos tênues daquele que negou a parceria, inda em viv’ alma, abandonou-me, mesmo infante, sem-clemência.
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