Fim Do Estio

Data 26/10/2015 22:28:25 | Tópico: Poemas

Uma gota cristalina desaba do empíreo
E balanceia sobre a folha do velho tinhorão.
Depois se queda e se desfaz molhando o chão
Respingando nas folhas alvejantes de um lírio.

Outra gota desaba num lago de águas turvas
E, gota que é, acrescenta quase nada de líquido.
Levada pelas torrentes a gota dissolvida faz curvas
Serpenteando na massa aquática de um outro rio.

Mais um gota desaba dando de beber a plantação
Sofrida pelos anos de cruel, persistente e feroz estio.
Um cheiro de poeira perfuma os ares daquele sertão
Uma alegria infinita invade as plantas, o gado do tio...

Por fim chega a chuva lavando folhas, telhas e telhados
Alimentando os lençóis e as esperanças daquela cidadela.
Lá longe uma morena fica a observar a chuva pela janela
Sonhando, com os olhos cheios de chuvas, enamorados...



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