Poemas : 

Fim Do Estio

 
Uma gota cristalina desaba do empíreo
E balanceia sobre a folha do velho tinhorão.
Depois se queda e se desfaz molhando o chão
Respingando nas folhas alvejantes de um lírio.

Outra gota desaba num lago de águas turvas
E, gota que é, acrescenta quase nada de líquido.
Levada pelas torrentes a gota dissolvida faz curvas
Serpenteando na massa aquática de um outro rio.

Mais um gota desaba dando de beber a plantação
Sofrida pelos anos de cruel, persistente e feroz estio.
Um cheiro de poeira perfuma os ares daquele sertão
Uma alegria infinita invade as plantas, o gado do tio...

Por fim chega a chuva lavando folhas, telhas e telhados
Alimentando os lençóis e as esperanças daquela cidadela.
Lá longe uma morena fica a observar a chuva pela janela
Sonhando, com os olhos cheios de chuvas, enamorados...


Gyl Ferrys

 
Autor
Gyl
Autor
 
Texto
Data
Leituras
690
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
18 pontos
4
3
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 26/10/2015 23:42  Atualizado: 26/10/2015 23:42
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: Fim Do Estio
Gyl
Belo poema!
Beijos!
Janna


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/10/2015 12:10  Atualizado: 27/10/2015 12:10
 Re: Fim Do Estio
Um lindo poema ao ser belo estilo,

As folhas do tempo não se fecham, cai algo sobre o silêncio que cobre a luz da saudade.