A NOITE MAIS ESCURA

Data 27/10/2015 15:29:08 | Tópico: Sonetos

A NOITE MAIS ESCURA

Às vezes quero tanto que amar dói...
Malgrado ainda à língua o gosto amargo
Conheça da consciência sob o encargo
De alimentar o mal que me corrói.

Se a memória o remorso 'inda remói
Para que da beleza passe ao largo.
Basta! Não mais seja a vida, sem embargo,
Um enredo à procura d‘outro herói...

Parecem com ganidos os meus ais...
Ou antes, com estertores de loucura
Soando através da noite mais escura.

Que em meio à escuridão vista jamais,
Só espero que a angústia me enlouqueça
E, esquecido de mim, também te esqueça.

Betim- 10 12 2001



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