AUTODIAGNÓSTICO

Data 30/10/2015 10:20:02 | Tópico: Sonetos

AUTODIAGNÓSTICO

Há muito me entendi só por ser poeta
E desde então escrevo sobre tudo.
Malgrado nada mude, eu não me iludo,
Pois, nada remedia a mente inquieta.

Assim a solidão enquanto afeta
E afasta, defendendo à guisa de escudo,
De todos os que em torno me veem mudo,
Embora urrasse em mim a dor secreta.

Porém, se eu desse nome a tal loucura.
Talvez acontecesse d’haver cura
E, enfim são, me livrar de tanto mal.

E enquanto não souber essa palavra
Mais e mais minha angústia dentro lavra,
N’alma, um livro de versos sem final.

Belo Horizonte - 12 12 2001


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