AUTODIAGNÓSTICO  
  
Há muito me entendi só por ser poeta  
E desde então escrevo sobre tudo.  
Malgrado nada mude, eu não me iludo,  
Pois, nada remedia a mente inquieta.  
  
Assim a solidão enquanto afeta  
E afasta, defendendo à guisa de escudo,  
De todos os que em torno me veem mudo,  
Embora urrasse em mim a dor secreta.  
  
Porém, se eu desse nome a tal loucura.  
Talvez acontecesse d’haver cura  
E, enfim são, me livrar de tanto mal.  
  
E enquanto não souber essa palavra  
Mais e mais minha angústia dentro lavra,  
N’alma, um livro de versos sem final.  
  
Belo Horizonte - 12 12 2001 
                
Ubi caritas est vera
                                       Deus ibi est.