Destino

Data 01/11/2015 00:11:12 | Tópico: Contos -> Romance

Era suposto ser um dia normalíssimo de trabalho, o dia estava quente e convidava a um vestido fresco, de alças e umas sandálias frescas de salto alto, com uma mala normalíssima e simples como toda ela sempre fora, em que, na hora de almoço ela, saiu do portão e seguia no passeio da Av. Rovisco Pais, junto ao muro, que é desde os anos 70, uma zona de prostituição, a quando um tipo de boa aparência, vestido de fato a abordou.
- Está Livre?
Ela ouviu, mas, não percebeu e continuou andar, ele brutamente agarra-lhe no braço e aperta com força, para conseguir travá-la.
-Está Livre? Ou não? Não tenho o dia todo, apenas a hora de almoço.
- Largue-me o braço animal.
Em direcção a eles, vinha um homem, que rapidamente apressou o passo.
- Largue o braço da rapariga, se faz favor.
- Este tipo é um animal, está a magoar-me.
- Estúpida deves-te julgar muito boa, e tu deves ter muitos amigos, assim, ó parvalhão.
O homem de fato largou o braço da jovem e saiu de imediato.
- A menina está bem? O elemento magoou-a?
Ela ficou sem reacção, as pernas estavam trémulas e com um misto de emoções, por um lado, teve medo do fulano, que lhe apertou o braço, perguntando-lhe se estava livre. Por outro estava perante um tipo de aproximadamente 1,90cm, pele morena, olhos castanhos e com um corpo de porte atlético.
O homem olhava para ela e questionava-se o que fazia uma mulher como ela, ali num local daqueles, ela não aparentava, (mas existe muito boa menina que engana bem).
- Obrigado, ele apertou-me o braço, que animal.
- A menina trabalha aqui? ( enquanto perguntava, ele olhou para o muro).
- Sim trabalho aqui, claro. (obviamente ela referia-se ao gabinete onde trabalhava dentro do muro).
Ele tinha vontade de a conhecer melhor, aquela miúda mexeu com ele, como era possível ser prostituta, porque o fazia, foram beber uma água, ele convidou, e ela não teve coragem de negar depois do gesto que ele tinha tido. Aquela presença mexia com os sentimentos dela, que era uma selvagem e num ápice rendeu-se a uns olhos enormes expressivos castanhos, com um brilho especial, um tom de voz grosso e meigo, que lhe despia a mente, e lhe originava os pensamentos, mais arrojados.
O homem militar de profissão achara incrivelmente bonita e arrojada, mas muito vestida, para prostituta, o vestido que usava tapava os seios, e pelo joelho, não era uma indumentária de uma vendedora de corpo, não hesitou em perguntar-lhe se o fazia por necessidade ou por gosto, ela prontamente respondeu, que o dinheiro lhe fazia falta, mas que adorava o que fazia. Ele ainda ficou mais chocado, não entendia a razão pela qual, uma miúda tão gira não conseguia encontrar sexo, noutro local. Ele acompanhou-a de volta ao trabalho e ia deixa-la de novo junto ao muro, quando ela se despediu e continuou andar, ele por sua vez, questionou-a se ela não ia continuar a trabalhar, a mulher de imediato lhe disse que sim, ele perguntou se ela não ficava novamente no muro, numa gargalhada sonora ela respondeu que não dava muito jeito, e que para isso tinha de chegar ao gabinete primeiro, ria que nem uma perdida, ele soltou uma gargalhada inédita de alivio. Nessa altura ela entendeu as questões dele, ele tomara-a como uma prostituta que estava a ser agredida pelo cliente. Prontamente ofereceu-se para a acompanhar e lhe montar segurança até à porta do seu gabinete, ela eufórica continuava a rir, as expressões que ele usava eram fantásticas.

Ana Cristina Duarte


Feliz aniversário

Ao entrar no avião, existe um misto de medo, com sabor a desafio. O avião não tem porta desfruto na linha da frente, ao saltar o medo que o pára-quedas não abra.

Salta @
Rápido

Ela saltou, uma sensação de leveza. Obrigado uma vez militar.
Militar para sempre
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