Soneto das moscas e da merda

Data 16/11/2015 10:50:51 | Tópico: Sonetos







Ao rés da merda abrolhada, dela benquistas,
estão moscas asquerosas, revoam brejeiras,
dissimuladas, quais saprófitos oportunistas,
sempre rodeiam ledas quaisquer esterqueiras.

Venais que são não ficam! Dali não brotadas,
ao sentirem, mercenárias, odor nauseabundo,
d’outras merdas frescas - recém-defecadas,
abandonam o escumalho fétido já infecundo.

Supérfluo veem o bolo decomposto exaurido,
dos escarros que antes forniram as oito patas,
mas na iminência da queda cessam as bravatas.

Quão terrível seria para a mosca não ter partido
que ficar sobre o mesmo desperdiçado estrume:
- Afiançam que às outras merdas se de o lume.






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