Soneto do exordio da grei

Data 24/11/2015 19:36:35 | Tópico: Sonetos





Deixe-me só, e se verter lágrimas não terei vergonha,
acostumei a chorar em silencio, com soluços abafados...
Nem acredito mais que amor terreno exista para mim,
depois do abandono, ter os meus sonhos amaldiçoados.

Nem creio que possa sair dessa angustia que desfigura,
quanto verter lágrimas diante de um tumulo visitado,
quedar-me silencioso, respeito diante àquela caricatura,
sem pena... apenas imaginar quem estaria ali sepultado.

Assim, há tempos não mais acredito no amor paternal,
talvez possa sorrir ou chorar, com alegria até alarmante,
assustando as pessoas ao deredor o proceder anormal.

Por certo, amaldiçoaria as lágrimas que por ele derramei;
já não reconheço ancestrais, nesta terra sou ambulante.
Só no mundo... em meio às angústias, o exordio da grei .



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=302389