Soneto d’alma indecisa ante portento

Data 27/11/2015 15:52:36 | Tópico: Sonetos


Sobre o que não sei respostas, inútil ser questionado,
tanto mais, não há verdade. Só os dois lados da moeda!
Juízes não elucidam o fato. Só o que pode ser provado,
consubstanciando-se a materialidade que uma hospeda.

Se um dia ouvir da neve negra não deve crer facilmente,
mas ela pode ser quando vista através de óculos escuros,
interpretada através d’um aforismo anuviado, demente,
pelas angustias da alma torturado em espirais obscuros.

Se desde o primórdios foi alva neve, a lua tão prateada,
não poderá mudar nisso a não ser a perspectiva da visão,
não importa quais palavras que nomeiem um sentimento.

Quede o espírito de fruir diante de questão inominada,
poderá já ser tarde quando resolver tomar uma decisão,
entre sagrado e profano não estaque a’ lma do portento.




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