
Xadrez de pombos
Data 21/12/2015 04:39:49 | Tópico: Poemas
| Maldita rosa das trevas, Pois me puseste entre escravos amantes da esmola Dos lacaios, os que amam suas correntes, Que afligem em sua cegueira as vozes de sua própria razão E as vozes daqueles que clamam por liberdade
Devorados pela ilusão, Como poderia meia dúzia de ladrões ser mais forte que nós? Assim como o cão, que sem perceber ostenta uma coleira em prol de pertencer Assim é o povo em relação ao seu Estado
De supetão, na calada da noite Enquanto o que deveria vigiar adormece Eis que chega o circo a pacata cidade Assim, está posto o espetáculo, Dancem bonecos, dancem Teçam os acordes do balanço dos fios,dos grilhões das correntes
Porque eu sou a tua religião E sem fiéis eu não existo Eu sou a tua palavra de revolução,eu sou a tua caixa Fora de mim não conseguiríeis pensar Limitar-te-ei em uma linda caixa, desenhada Para que,por ventura, a estadia não seja enfadonha
Confesso que tenho medo, Quando nem o desenho,ou o pão,te são suficientes Eu falhei em limitar-te? Ou limitei-te pouco? Talvez acordaste do devaneio em que te fiz repousar Não,não,não... não pode... não pode Vá, oh meu lacaio, e mostre a teu confuso irmão o meu caminho,somente o meu
Porque a liberdade é o mal O controle é o bem Não existe o individual Eu sou teu pastor e tu és uma ovelha Jamais direi-te tais coisas, estratégia é meu nome Nascerás dentro de uma caixa e ela lhe servirá de realidade
Aquele que quiser ser seu próprio eu sofrerá, Aquele que da corrente quiser se libertar será castigado Aquele que for ovelha e tiver voz de pastor será inteligentemente calado Aquele que acordar será posto a dormir
Vivam,vivam para meu sonho Se libertem,se puderem...
texto revisado em 17/01/2021
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