Poemas : 

Xadrez de pombos

 
Maldita rosa das trevas,
Pois me puseste entre escravos amantes da esmola
Dos lacaios, os que amam suas correntes,
Que afligem em sua cegueira as vozes de sua própria razão
E as vozes daqueles que clamam por liberdade

Devorados pela ilusão,
Como poderia meia dúzia de ladrões ser mais forte que nós?
Assim como o cão, que sem perceber ostenta uma coleira em prol de pertencer
Assim é o povo em relação ao seu Estado

De supetão, na calada da noite
Enquanto o que deveria vigiar adormece
Eis que chega o circo a pacata cidade
Assim, está posto o espetáculo,
Dancem bonecos, dancem
Teçam os acordes do balanço dos fios,dos grilhões das correntes

Porque eu sou a tua religião
E sem fiéis eu não existo
Eu sou a tua palavra de revolução,eu sou a tua caixa
Fora de mim não conseguiríeis pensar
Limitar-te-ei em uma linda caixa, desenhada
Para que,por ventura, a estadia não seja enfadonha

Confesso que tenho medo,
Quando nem o desenho,ou o pão,te são suficientes
Eu falhei em limitar-te? Ou limitei-te pouco?
Talvez acordaste do devaneio em que te fiz repousar
Não,não,não... não pode... não pode
Vá, oh meu lacaio, e mostre a teu confuso irmão o meu caminho,somente o meu

Porque a liberdade é o mal
O controle é o bem
Não existe o individual
Eu sou teu pastor e tu és uma ovelha
Jamais direi-te tais coisas,
estratégia é meu nome
Nascerás dentro de uma caixa e ela lhe servirá de realidade

Aquele que quiser ser seu próprio eu sofrerá,
Aquele que da corrente quiser se libertar será castigado
Aquele que for ovelha e tiver voz de pastor será inteligentemente calado
Aquele que acordar será posto a dormir

Vivam,vivam para meu sonho
Se libertem,se puderem...


texto revisado em 17/01/2021
 
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neon
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/01/2021 22:28  Atualizado: 17/01/2021 22:28
 Re: Xadrez de pombos
Liberdade é um desejo confuso nem sei se é realidade.