Pioneirismo

Data 23/12/2015 18:43:51 | Tópico: Poemas -> Dedicatória


Pioneirismo

O meu pai quando chegou
Ao Norte do Paraná
Um machado ele comprou
E uma foice pra roçar
Com outros ele enfrentou
Uma vida de amargar
Abriram uma fazenda
Para o café se plantar
O local que se instalou
Foi perto de Maringá
A foice que ele comprou
Era da marca Palmeira
E o Machado era Colin
Para cortar a madeira
As árvores iam caindo
Só se ouvia a zoeira
As toras eram serradas
Pra aproveitar a madeira
Os caminhões iam buscando
De segunda a sexta-feira
Para se dormir à noite
Acendiam uma fogueira
Ele me contou este fato
Que marcou a sua carreira
Hoje as estradas são de asfalto
Já não se enfrenta a poeira
Nas máquinas são modernas
Acabou-se a trabalheira
Para se fazer a colheita
Se usa uma colheitadeira
Os seus netos são formados
Levam uma vida maneira
Nem sequer lembram do avô
Que abriu esta fronteira
E a floresta desbravou
Lutando a vida inteira.

jmd/Maringá, 23.12.15




Obs. É lógico que a fazenda não era dele. Ele ganhava um valor por alqueire para roçar e derrubar. Outros faziam a queimada e serravam as toras para ser levadas às Serrarias que já haviam na região. Isso ocorreu na década de 1940.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=303631