Soneto do calar torturado

Data 29/01/2016 00:11:37 | Tópico: Sonetos


Saiba que só me entristece a visão do veredito,
dolorosamente ao sentir essa realidade marejo,
desde as taças quebradas dum jogral transcrito,
prostrado à rés, não beber novamente do pejo.

Se da esperança emana alegria, vejo contriste
no ar decorrente se jamais surgir revigorado,
quanta toda devoção, viver remoendo o chiste,
daí, sussurrante como fonte do brilho avocado.

Ai! Arcaicos crentes, detratores de verdades
tolos quedarão a fazer rasas palavras antigas,
inobstante o senso tolherem-se nas herdades.

É pois que, vendo acenarem falsos, esbravejo,
não reconheço sequer soerem ocultos aurigas,
me calo impiedosamente torturado no ensejo.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=305080