Sonetos : 

Soneto do calar torturado

 

Saiba que só me entristece a visão do veredito,
dolorosamente ao sentir essa realidade marejo,
desde as taças quebradas dum jogral transcrito,
prostrado à rés, não beber novamente do pejo.

Se da esperança emana alegria, vejo contriste
no ar decorrente se jamais surgir revigorado,
quanta toda devoção, viver remoendo o chiste,
daí, sussurrante como fonte do brilho avocado.

Ai! Arcaicos crentes, detratores de verdades
tolos quedarão a fazer rasas palavras antigas,
inobstante o senso tolherem-se nas herdades.

É pois que, vendo acenarem falsos, esbravejo,
não reconheço sequer soerem ocultos aurigas,
me calo impiedosamente torturado no ensejo.

 
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ReflexoContrito
 
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