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    	Data 25/03/2016 00:00:39 | Tópico: Sonetos
 
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  Qual átrio de templo subterrâneo é a boca idólatra,  abluída na pia sepulcral, asseada em prato de rubis;  acólito de canhestro Anubis acode o mal o ofiólatra, chafurda às trufas bolotas nos colmilhos dos javalis. 
  Terrível se queda imerso, recluso do mal que late, encarcerada a gira soa a repreensão dos imortais; cerra no mármore gélido a palavra que não abate, adentrado nas votivas noites aos arrastos brutais.    
  Quiçá exista a palavra que voe através das brisas,  mais outra vez envolta, é o absenteista que arrasta,  a ser tutelado em asseada sombra pelas pitonisas. 
  Se ao alvitre da razão não fosse uma vida suficiente culpado de tudo e nada, todo mal do pico não afasta, sobre tal cupidez nasce o sol ofendido permanente.
 
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