Registo auroras com que sonhei Incontáveis alvoradas em que divaguei.
Triste despertar nublado pela manhã Ânimo, suturado à letargia n' esperança vã
Magno sentimento da minha essência; Alma triste rogando ao Céu clemência
Responso o amor ao santo de Lisboa Irracional prece, num canto, à toa
Algemado à providência que m' atordoa! Colecciono talismãs e deuses para "protecção"
Hipoteco o amor numa só paixão Agarro-me à esperança sabendo-a perdida
Garimpo à margem a gema preferida Anestesio-me lacrimejando sobre o meu verso Sentencio-me a rendição à força do Universo
Distancio-me da tempestade da indiferença Incentivo-me com a sua anuência e Acovardado sujeito-me à penitência Sofrendo com o desprezo à minha presença
Descubro-me a cada manhã com autoconfiança Enterro-me a cada noite sem esperança Ato-me à vida com um fio d'ouro cobreado Ligo-me, dia a dia em sintonia com a sorte
Minto-me, ignorando o destino marcado Ergo-me à conquista até que a vida me aborte Inspiro-me na paixão e amo por intuição
Devaneio dia a dia sem qualquer planificação Anseio apenas o dia em que eu lhe importe