Soneto das falsas premissas

Data 06/04/2016 03:23:29 | Tópico: Sonetos




Não se permita jamais que a alma vagueie pelos adros antigos,
nem ouvidos dê às vozes sonantes daquele passado assustador,
chancelando espúrios eventos e datas, talvez sentidos amigos,
consoante intimorato volver ali rumo ao pretérito soa tentador.

Saiba quantas seriam as estradas abertas a palavras calorosas,
como a ser tamanha a amargura, não jogue fora o tempo já ido;
a mente será traiçoeira... disposta sempre prosa, a tecer glosas,
gravando como fiel o que não foi dito, só decorado canto doído.

Que se abram as fendas do Hades caso vença o anelo de atrás
novamente com a mente expressa... no desprezo a mergulhar,
seria a menor escorreito... patrocinar como Pilatos a Barrabás.

Talvez só desta vez soe fazer o correto sem as falsas premissas,
porém... oh! não olhe para fora... verá o passado para os céus atear,
ceder às aspirações ... a não enganar a si soendo arcar as remissas.






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