CHUVAS E TROVOADAS

Data 17/04/2016 23:50:13 | Tópico: Sonetos

CHUVAS E TROVOADAS

Aceito como se uma tempestade
A saraiva que sai de sua boca.
Irrompe sobre mim -- meio vã, meio louca --
Crendo-se a detentora da verdade.

O espírito, porém, distante evade;
Deixa-me o corpo como se casca oca.
Não cuido sequer do mal que me provoca
Somatizar tamanha insanidade.

Ora apenas me calo... De mamente,
Escuto os impropérios que inclemente
Ela me lança em tão triste figura.

Resta-me culpar tão-só o Universo:
Cato os cacos de mim em vão disperso,
Ao lhe encarar os olhos sem ternura.

Betim - 17 03 2013



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