Soneto do tributo ao bajulador

Data 10/05/2016 20:33:41 | Tópico: Sonetos



Não é um orgulhoso pensamento, soa assaz séptico,
por viés das paixões vincando as atuações do peito,
interfere torto na onda neural o embaraço eclético,
impede a alma prostrada de descansar do rude eito.

Pense que estava ao longo da consagração revolta,
ao revés do escuro e solitário onde o olhar vagueia,
poupe-se no balbuciar incoerente da palavra solta,
gerando ideia vaga jorrando as ondas à mão cheia.

Confesse nos pensamentos em lances intermitentes,
o que penar da jubilação da esperança na jactância,
não medrará sequer o desejo tímido das vertentes.

Verá fugirem as murmurações secretas que expira,
como se inteligível murmúrio fosse a final instância
sem render o tributo que o bajulador sempre mira.



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