Soneto do nulo pária aditado

Data 24/05/2016 09:26:13 | Tópico: Poemas



Ó nulo pária que ora se adita aos contrários,
brusco crê que traiu os códigos primordiais;
avocou a negritude no ocaso dos itinerários,
o hálito pestilento da aluvião dos pantanais.

Num versejar amaldiçoado, a praga viceja,
tal falastrão farfalha imundices aos ventos;
da boca incerta que loas ao insólito enseja,
balbuciar tartamudo fétidos excrementos.

Não estará enganada a visão de triste figura,
com a vã esperança de agraciar quem atura,
incolor e fria a abolição de todas as bênçãos.

Alvitre por vez obrar que seja o peito aberto,
embora os olhos jamais possam ver desperto,
o caminho contrário às odientas superstições



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=309680