Data 26/05/2016 11:23:10 | Tópico: Poemas -> Solidão
Sabes, ainda sinto a cicuta do som da tua voz em cada palavra escrita na superfície das ondas nessa cilada perfeita da leitura do teu olhar
Ainda me sabe a boca ao mosto do poema embebido na ironia salgada que arrastavas na derme dos dedos
Em vão, vacilo, perante a história cingida pela cintura que a sintonia envolvia na vastidão desse imenso soletrar
Salivo no rosto o fogo posto perante esse sabido desgosto, tão ténue, mas tão intenso como a maré desse mar
Ah! Rugido das águas de encontro às rochas da desilusão tão certa da desilusão tão dura da descoberta sedimentando sílabas desgastando a ternura…
O teu poema é fado perdido de tão encontrado na orla do tempo a vagar…
Emerge do sal e sobe a amurada das minhas mãos concheadas e lava o veneno das frases que poluem as areias douradas e salva o perfume do búzio que escuto ao longe num queixume a naufragar… a naufragar… a naufragar…