Corvos

Data 06/06/2016 21:27:14 | Tópico: Poemas

Mantenho o segredo
sereno
das searas douradas
no meu rosto,
enquanto o estio nefasto
te afasta de mim,
nas asas dos corvos
(perpétuos calvários)
vestidos das sombras
dos poemas…

Já perdi o perfume
das açucenas
trazido pela barra
onde o teu nome
refletia o meu!

E o sol moldado
a barro morrente
nas minhas mãos
desmorona-me as rimas
sem arte…

Ainda o sabor que a mina refulgia
num simples sorvete
melado de amor
se abre ao abraço
sem margem
num desassossego
triste
e sem calor...

E sussurram as águas
a canção muda
que o Guadiana
silenciou…





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=310252