Poemas : 

Corvos

 
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Mantenho o segredo
sereno
das searas douradas
no meu rosto,
enquanto o estio nefasto
te afasta de mim,
nas asas dos corvos
(perpétuos calvários)
vestidos das sombras
dos poemas…

Já perdi o perfume
das açucenas
trazido pela barra
onde o teu nome
refletia o meu!

E o sol moldado
a barro morrente
nas minhas mãos
desmorona-me as rimas
sem arte…

Ainda o sabor que a mina refulgia
num simples sorvete
melado de amor
se abre ao abraço
sem margem
num desassossego
triste
e sem calor...

E sussurram as águas
a canção muda
que o Guadiana
silenciou…



 
Autor
Nininha
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/06/2016 23:39  Atualizado: 06/06/2016 23:39
 Re: Corvos
Ficou pra além do Guadiana.
Li e gostei.
Boa noite amiga.
PG


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/06/2016 22:03  Atualizado: 09/06/2016 22:03
 Re: Corvos
...texto favorito, que se perde e se encontra em tristeza e compreensão. Muito lindo, Parabéns.


Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 11/06/2016 20:38  Atualizado: 11/06/2016 20:38
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 Re: Corvos P/Nininha
Querida Nininha a vida é assim crua e faminta por vezes como o bico do corvo, mas outras é mítica, generosa e desliza suave como um rio que até pode ser o lindo Guadiana... beijocas para a linda poeta com um ramo de açucenas perfumadas... Vólena


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/06/2016 20:23  Atualizado: 12/06/2016 20:23
 Re: Corvos
Embora suporte bem o calor, a minha pele é extremamente sensível ao sol. Assim compreendo bem a mudança dos rios com o estio e a melancolia que os acompanha.

Abraço