
Tudo é Silêncio
Data 14/07/2016 10:00:46 | Tópico: Poemas
| Quero do fruto proibido a desordem natural espero a vida num labirinto mas não vejo a entrada não vislumbro uma saída
Bebo da fonte todas as vontades sacio o meu desejo impuro mato a minha sede agreste
O extermínio é a força dominadora ouve-se o último tinir do vento na revolta do meu corpo não sinto a minha alma
O frio é agora um manto seco agruras de outros tempos a sua incompleta figura calou-me amortalhou-me sufocou-me
Segui numa eterna procura fui calamidade na noite agora tudo é folhagem dispersa tudo é silêncio tudo é nada
A madrugada chega flamejante e com ela andrajo pedinte andarilho pelo tempo
Pinta grafitis nas paredes agitam-se sombras loucamente inicia-se a fuga junto ao ventre imaturo
O desejo escorre como restos de pingos de chuva nas vidraças
No rio afogou-se o último suspiro da noite
Dolores Marques
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