SERVENTIA

Data 30/07/2016 17:04:09 | Tópico: Sonetos

SERVENTIA

Minhas rimas não servem a ninguém
E nunca estarão presas a cadenas.
Não têm algum senhor; nenhum mecenas.
Ignoro até se fazem qualquer bem.

São lumes que não sabem a que vêm
E, ainda que as escreva a duras penas,
De mim para mim têm servido apenas.
Desejo que a vós-outros soem, porém.

Digo-vos d'elas como se de mim:
– "Sede livres do mal que tanto amais!"
Obrigado vos sou, quer não; quer sim...

Talvez julgando-as menos, sirvam mais.
Perfazendo com qu'eu seja, outrossim,
Liberto 'inda que já tarde demais.

Betim – 17 07 2007


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