coisas de cais e outros quintais

Data 26/08/2016 15:26:15 | Tópico: Poemas

um corte no coração solta ancora esquecida
resistente na ferrugem
e na esperança engatada
a argola de ligação nos quilômetros
do tempo foi rompida

todas as margens que
acolheram tiveram braços de partidas
de sentir água nos pés,
e o coração, a maresia
maré baixa maré cheia
o peito sempre molhado como tábua
de convés
sem nunca fazer parte
do veleiro assoprado
nos olhos a tela do cais
traços tem borrados

porto que é porto vive de agitação
inconsciente de que tábua à tábua
imprime-se solidão
se no ar um vento chora
com o alto balanço da mão







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