O MONGE E A SERPENTE - o carma

Data 29/12/2016 00:41:11 | Tópico: Sonetos

O MONGE E A SERPENTE
o carma

Na guerra, conduzira ele elefantes
Contra inimigos vindos de bem longe.
Nada, porém, de qu'ele se lisonje,
Sim o atormente a todos os instantes.

Ferido após barbáries devastantes,
Decide, mudo e só, fazer-se monge...
A fim-de que da guerra mais se alonje
E o coração da sua vida d'antes.

À espera da impossível redenção,
Procura compensar sua violência
Com esta radical resolução:

-- "Enquanto eu respirar n'essa existência,
Nada mais morrerá por minha mão,
Por mais e mais pacífica a consciência!"

* * *


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