MÃOS CALOSAS

Data 17/03/2017 12:27:18 | Tópico: Sonetos

MÃOS CALOSAS

Começava na roça cedo o dia,
A tanger as reses p'ro curral.
Braquiária cortada, do jirau,
Logo o milho da tunha ele trazia.

De sol a sol, a enxada alto brandia
Abrindo covas fundas no quiabal.
Tirava após sementes do embornal
Para as semear em hora já tardia.

Lá pelo lusco-fusco, bem cansado,
N'um degrau do alpendre recostado
Procura palha e fumo em meio aos grãos.

Olha os calos que tem em cada palma
E enxerga bem ali na noite calma
Uma história contada pelas mãos.

Sobrália - 13 12 1998


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