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MÃOS CALOSAS

 
Tags:  Sonetos 1998  
 
MÃOS CALOSAS

Começava na roça cedo o dia,
A tanger as reses p'ro curral.
Braquiária cortada, do jirau,
Logo o milho da tunha ele trazia.

De sol a sol, a enxada alto brandia
Abrindo covas fundas no quiabal.
Tirava após sementes do embornal
Para as semear em hora já tardia.

Lá pelo lusco-fusco, bem cansado,
N'um degrau do alpendre recostado
Procura palha e fumo em meio aos grãos.

Olha os calos que tem em cada palma
E enxerga bem ali na noite calma
Uma história contada pelas mãos.

Sobrália - 13 12 1998


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
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RicardoC
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Enviado por Tópico
MaryFioratti
Publicado: 17/03/2017 12:44  Atualizado: 17/03/2017 12:44
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 Re: MÃOS CALOSAS
Oi Ricardo,

Muito bonito! Todas as maos tem uma historia...
assim como os olhos e as rugas...

Abracos!

*Mary Fioratti*


Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 17/03/2017 12:49  Atualizado: 17/03/2017 12:50
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: MÃOS CALOSAS/ PARA RICARDO C
Ricardo, li com verdadeiro entusiasmo esse poema de uma transparência de alma, que me emocionou.
Ele fala da simplicidade da vida, mas com a força e verdade. Perfeito.

Destaco " Olha os calos que tem em cada palma
E enxerga bem ali na noite calma
Uma história contada pelas mãos."


Parabéns poeta por esse fruto do seu talento na expressão da poesia.

Meu favorito!

Beijinhos com admiração!