Pérola
Data 20/03/2017 23:48:21 | Tópico: Poemas
| ...chama-me o ar, lua de transparência âmbar, Preciso saber como tu eras, pois quero respirar e não consigo, Tiraste-me as respostas ponderadas em caprichosas estrelas, Aldebarã, Vênus, Ursa polar... Ei-las a me encantar com seus pensamentos, e tormentos que em minha mão se implantam, Querendo conspirar , com o céu refletido em seus olhos; És a segunda metade do que sinto, me completa, brilhando em perfeita constelação.
Sendo a fruta madura a alma do seu desejo, E o meu devaneio um breve rufar de asas, como simples pestanejar ; Assim, dá-me febre conceituando o âmbar do peito, Inventando um buquê de flores dentro de nossos sonhos, Para te ofertar num passeio, Deliciado na tarde quente, teimando em ruir, Pela delicadeza insistente das horas; Atravessando pontes das quais nunca mais voltaremos, e por amor, deixar-nos-emos fluir, Perpetuando o bravio perfume de nuvens em disparada...
Caem de ti, minha amada, gotas como se fora a chuva, Entregue às lagrimas do fim de uma tarde aberta à beleza de lhes contemplar, encharcadas as estrelas fugidias movem-se, na correnteza do rio doce a espelhar a chegada do outono. Não sou mais meu, Nenhum frio sentimento abriu-me Nem amadureceu no coração que agora é teu...
Em tua mão eloquente de ramos finos e almejados, Está algemada ao braço delgado, Carregando uma adaga fria e destemperada, Mutilando minha poesia. Tu, raiz da minha liberdade, amorna a minha tristeza com a vontade de viver, E nela abre-se como flor de sangue e fogo, Pulsando na minha passagem de festa pelo teu olhar a arder...
Olhar bonito Que acalma o infinito da minha alma, Alma plana como teu navegar, Plana como são as faces do lago, Na quietude amarelada e rejuvenescida de um amor, Perdido na eternidade do meu peito;
Que importância já não dá a saudade, Ponderando ainda sobre aquela pergunta, Pois, se o sonho tem dimensões, Como os caracóis têm suas casas, Responder-me-á o lume que nos incendeia, com destreza, Sobre o leito invadido das conchas nacaradas, Profanadas pelo brilho da incerteza; Onde me deito, cultivando o anseio de amar, Como uma pérola nascerá desse simples grão de areia...
“E, contudo, não sentia remorso por não cumprir as promessas que fizera a si próprio. ‘Essas promessas são só para as gaivotas que aceitam o vulgar. Quem conseguiu chegar à excelência da sua aprendizagem não tem necessidade desse tipo de promessa.’”
“Quase todos nós percorremos um longo caminho. Fomos de um mundo para o outro, que era praticamente igual ao primeiro, esquecendo logo de onde viéramos, não nos preocupando para onde íamos, vivendo o momento presente. Tem alguma ideia de por quantas vidas tivemos que passar até chegarmos a ter a primeira intuição de que há na vida algo mais do que comer, ou lutar, ou ter uma posição importante dentro do bando? Mil vidas, Fernão, dez mil! E depois mais cem vidas até começarmos a aprender que há uma coisa chamada perfeição, e ainda outras cem para nos convencermos de que o nosso objetivo na vida é encontrar essa perfeição e levá-la ao extremo.”
“Escolheremos o nosso próximo mundo através daquilo que aprendermos neste. Não aprender nada significa que o próximo mundo será igual a este, com as mesmas limitações e pesos de chumbo a vencer.”
“Você tem menos medo de aprender do que qualquer outra gaivota que conheci em dez mil anos.”
“Ao expulsarem-na, as outras gaivotas só fizeram mal a si próprias, e um dia vão sabê-lo, e um dia verão o que você vê.”
“Era-lhes mais fácil praticar altas execuções do que compreender a razão que estava por detrás delas.”
“Temos de pôr de parte tudo o que nos limita.”
“Quebrem as correntes dos seus pensamentos e quebrarão as correntes do corpo.”
“Falou de coisas muito simples – que as gaivotas têm o direito de voar, que a liberdade é própria de sua natureza, que todo aquele que se oponha a essa liberdade deve ser posto de parte, quer a oposição seja motivada por ritual, superstição ou limitação sob qualquer forma.”
“'O preço de ser incompreendido’, pensou. ‘Ser classificado de diabo ou de deus.’”
“– Por que será – interrogou-se Fernão – que a coisa mais difícil do mundo é convencer a um pássaro de que é livre e de que pode prová-lo a si mesmo se se dedicar a treinar um pouco?”
“Não creia no que os seus olhos lhe dizem. Tudo o que mostram é limitação. Olhe com o entendimento...” Richard Bach
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