Presença

Data 27/03/2017 23:13:49 | Tópico: Poemas

Enquanto se espalhava aos meus pés,
eu te procurava nas estrelas...

E sussurrava meus queixumes
pintando, sem tinta, cruzes no corpo,
esperando respostas de trovões e raios,
mas deixando moucos os ouvidos
aos "bons-dias" dos seus pássaros.

Tentava traçar nossa semelhança
querendo moldar seu rosto.
E até te dei um nome num batismo de pai!

Te imaginava sobre nuvens de concreto
espiando o caos lá do alto,
selecionando almas para sua mesa,
deixando outras virarem o prato,
sem perceber que habita cada canto,
que o inferno é apenas um cabresto
onde o caos é o fogo da forja.

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Minha natureza finita não compreende a dimensão do eterno.
As imperfeições do eu que arrasto não permitem, sequer, imaginar um céu sem torná-lo imperfeito...


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