De lobo para a lua

Data 16/04/2017 13:34:42 | Tópico: Poemas

Lobo:
Melancolia que dreno,
lançado ao salgado mar,
à colheita
do melhor que ser amado
...É amar!
E o pior que ser odiado
...É odiar!

Lua:
Reveste a tua virtude,
amando em qualquer magnitude,
veste o teu olfacto,
rasgando por qualquer tacto,
Deixai que cair toda a vertigem,
à luz da minha santa virgem.

Lobo:
Ao seu,
chamamento que me cala,
nesta caminhada
que alcancei em escala,
que fui filho a quem me criou,
fui irmão a quem me sorriu,
fui pai a quem me amou.

Lua:
Saudoso ventre que te acendeu,
sendo chama que nunca morreu,
na nebulosa paixão,
da mão do inverno,
deixando a colheita
em que se faz razão.

Lobo:
Colhi toda a esperança,
plantei toda a fé,
em lembrança,
Onde floriu a minha inocência,
que deixo perdida,
no dialeto da decência.

Lua:
Não temais a vida,
não temais a morte,
que o universo te espera,
com um lugar teu,
junto à galáxia norte,
para que não representes a escuridão,
e representa somente a dignidade,
para outro ser que cresça,
com a verdade.

Lobo:
Prometo eu,
representar tudo o que sou,
mostrando que a imagem,
não passa d'um revestimento,
e fazer ver que do lobo mau,
sao apenas contos de fadas,
por contadores babados.

Lua:
Deixa que toda a comunidade veja,
A flor que promete vida,
a água que maneja,
as árvores,
a terra,
o fruto de viver.

Lobo:
Além do cansaço,
de qualquer raiz,
nesta bruta humanidade
... Na força que está a ausência,
de sua e minha saudade,
procurando o sereno,
no beijo a monte,
do aposento sobre o
Tejo.

Lua:
A todos vós meus filhos,
quando sentir nostalgia,
lá das estrelas e da escuridão,
na noite estou,
ouvindo cada palavra,
cada canção,
cada uivo que penetra,
atmosfera vazia.

Lobo:
Vazia foi minha escuridão,
contudo abri as portas
da minha alma,
e o portão
do meu coração,
deixando o sol encarnar
minha face,
sonhando paisagens encantadas,
outrora destruídas,
por mãos armadas.

Lua:
Não lamento a ignorância do povo,
todo o universo, é meu pai,
teu e de todos vós,
ele irá recuar o giro da terra,
fazer sentir o inverso das coisas,
a todo o homem,
em que foi dado,
lar e colheita,
terra e céu,
água e fogo,
deixando em vossas mãos,
uma nova era,
que deveria ser feito,
paraíso da vida,
Ao invés de ser
a catástrofe dos deuses.


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