Desde então

Data 14/03/2008 14:29:03 | Tópico: Poemas

Desde então
azinhagas de luz em ruas de poetas
ruelas líquidas por onde se desfraldam cordames
d’alexandrinas velas.

Entrego-me à luxúria de um mar sempre arriscado
areia fina
puro grão
lácteo trigo
centeio pão
corrente impetuosa às margens da partilha.

[Dos lobos fujo
e dos mistérios siderais.
Curtumes de peles secas de famintos animais].

Estulta
visto o grito em fuga
eco refundido
furnas
covis e grutas
de búzios divididos.

Desde então
de cansaço preenhe
circundo-me de sagacidade e brumas
se me desnudo astuciosa
se me denodo em mimetismos pálidos
pétalas carnudas rosas de carícias penetrantes.

Brida lenta e sem sentido
ausente dos homens e das flores …prossigo.


Nota: em itálico - poemas da autora.




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