RUINAS DOS MEUS INSTANTES

Data 04/05/2017 09:55:20 | Tópico: Poemas


Porta…
Entreaberta, quase morta
Num casarão meio vazio,
Espaço frio…
Onde nem viva-alma mora.
O vento que entra chora
Num uivo quase mortal,
A chuva cai no portal
Dessa porta entreaberta.
Mobília suja, velha, deserta
Que já ninguém utiliza,
Que faça falta ou precisa
Para nela fazer vida!
Porta…
Para a alegria de outrora
Abria-se para o mundo
Para o qual foi construída,
Nesse espaço acolhedor.
Hoje, meio aberta, destruída,
Uma sombra do que foi,
Na existência de agora.
Nesse lugar, nesse casão,
Reinam escombros, solidão...!
O campo em roda selvagem
Entre flores desnutridas,
Meio agrestes…
Chão de cultivo empastado,
Rude, seco, abandonado
Embalado pela aragem!
Porta…
Num último rasgo de alento,
Entreaberta, quase morta!

F.Serra


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