
Parto do Princípio
Data 31/05/2017 16:24:03 | Tópico: Poemas
| Parto sempre do princípio Que não tenho nenhum motivo Para dar asas amplas à minha fugacidade Já que eu penso, por isso eu vivo, E mora muito perto esta tal felicidade.
Numa boa: Quando chego na superfície Lisa da água cristalina de uma lagoa, Vou tateando o fundo, pé ante pé, Sem sequer me importar se existe Prumo ou se misturo o lé com o cré.
Em mares nunca navegados dantes É que me surgiu esta ideia na mente Quando furtei a citação de Cervantes Porém de uma forma nova, diferente.
Nem tudo precisa ser certo e sensato Tampouco preciso seguir alguma direção Sempre me lembro daquela bifurcação Onde Alice encontrou o sorridente gato.
Confesso que muito li e muita leitura engana. Todavia é um farsa que muita gente pede e quer. Por exemplo: Nunca entendi o "Albatroz" de Baudelaire E nunca soube, do "Os Lusíadas", onde fica a Trapobana.
Não me importa de quem são as casas Ou o adágio de que " A Inês já está morta" O que me preocupa é se está aberta a porta Ou as janelas para que eu possa abrir minha asas.
Minha Terra tem bananeiras Onde canta o Bem-te-vi Onde as "Irmãs Cajazeiras" São de uma peça que nunca li.
Não que eu não goste de Dias Gomes. Pelo contrário: Menti: Já li o "Bem Amado" Mas a rima era precisa e preciso os nomes Para que o romance não ficasse alijado.
E todo poema é um pouco de oxigênio Para quem encontra-se num quarto abafado Como diria Quintana ( Um poeta! Um Gênio!): "Quem faz um poema, salva um afogado".
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