Urna

Data 30/06/2017 23:51:57 | Tópico: Poemas -> Sombrios


Já sinto o cheiro da madeira
de carvalho e o lençol de cetim

junto da pele
macilenta, cinzenta-arroxeada
descolorada, vazia de mim

meu coração parou de bater
e o cérebro, antigamente carmim
não pensa em nada

e o rigor duro e puro
espalha-se pelas pálpebras,
pescoço e membros

é o fim

putrefação, decomposição
alimentando-se de dentro
das minhas entranhas

explosão que este habitat
não protege da purga
a acontecer

fecha a tampa e as chagas
tamanhas que fiquem
nesta cova funda a secar, sem sofrer…




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